Câncer de mama triplo negativo: o que você precisa saber

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Quando falamos em câncer de mama, estamos nos referindo não a apenas uma doença, mas a um conjunto de tumores de diferentes subtipos. Entre eles está o triplo negativo, que representa, em média, 15% dos casos em todo o mundo.

Comparado a outros tipos, ele é mais frequente em mulheres jovens, abaixo dos 40 anos de idade. Outra questão é que podem estar presentes síndromes genéticas hereditárias, como as dos genes BRCA1 e BCA2.

Apesar de ser considerado o mais agressivo, ou seja, com maior rapidez de disseminação, esse tipo de tumor apresenta boas perspectivas de cura quando detectado precocemente. Continue a leitura e conheça mais informações a respeito.

Por que o nome triplo negativo?

O motivo é que este tipo de câncer de mama não possui receptores dos hormônios estrogênio e progesterona nem expressão da proteína HER2, responsáveis pelo controle do crescimento do tumor, das células mamárias e da divisão celular.

Como sabemos que se trata deste subtipo de tumor no momento do diagnóstico?

O diagnóstico do triplo negativo (assim como o de outros subtipos) é feito pela biópsia, na qual se retira fragmentos do nódulo mamário para uma análise mais detalhada pelos médicos patologistas.

A partir desse estudo, há dois tipos de laudos, o anatomopatológico e o imunohistoquímico. O primeiro analisa se realmente se trata de um tumor maligno, enquanto o segundo, após o resultado do anatomopatológico, tem o objetivo de verificar se há ou não a presença dos receptores hormonais e expressão de HER2.

Com essas informações, traçamos o melhor planejamento terapêutico para cada paciente, considerando fatores como extensão da doença e presença ou não de síndromes genéticas hereditárias.

Quais são as formas de tratamento?

Como o câncer de mama triplo negativo não possui os receptores e expressão citados, os tratamentos são um pouco mais limitados quando comparados aos outros subtipos.

Porém, existem opções terapêuticas com bons resultados em relação à cura, especialmente quando a doença é detectada em estágios iniciais. São elas:

– cirurgia (principalmente para tumores iniciais);

– quimioterapia;

– radioterapia;

– imunoterapia;

– inibidores de PARP;

– conjugados anticorpo-droga.

Vale citar que, como o triplo negativo apresenta maiores taxas de recidiva nos primeiros três anos após o diagnóstico, bem como de metástases à distância, é comum indicarmos quimioterapia + imunoterapia neoadjuvante, ou seja, antes da cirurgia, para as pacientes com este diagnóstico.

A partir dos resultados do tratamento sistêmico podemos avaliar o comportamento do tumor, e se necessário, escalonar / intensificar o tratamento. Muitos casos têm resposta completa antes da cirurgia. Isso significa que não são mais encontrados vestígios da lesão na biópsia da peça cirúrgica, e se traduz em altas chances de cura.

Porém, isso não isenta a cirurgia, recomendada para reduzir os riscos de células neoplásicas microscópicas permanecerem na mama e se transformem numa recidiva.

Espero que este conteúdo tenha sido esclarecedor para você. Confira agora o artigo que fala sobre as síndromes genéticas e o câncer de mama.