Segundo a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), mais de 30 mil brasileiras são diagnosticadas com tumores ginecológicos a cada ano.
Por essa e outras razões, o Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA) criou a campanha Setembro em Flor. Várias entidades participam da iniciativa, com o objetivo de conscientizar as mulheres sobre o assunto.
Pensando em fazer a minha parte como oncologista é que desenvolvi este conteúdo. Continue a leitura e saiba mais a respeito dos cânceres que afetam o sistema reprodutor feminino.
A flor da campanha é composta por cinco pétalas, sendo que cada uma diz respeito a um tipo de tumor ginecológico: colo do útero, ovário, endométrio, vagina e vulva. Cada um tem características e formas de diagnóstico específicas.
Na maioria das vezes, esses cânceres não apresentam sintomas nas fases iniciais, mas, conforme avançam, existem alguns sinais para os quais a mulher deve estar atenta. São eles:
– câncer de colo do útero: alterações no fluxo vaginal, dor pélvica e sangramentos fora do período menstrual;
– câncer de ovário: considerado silencioso e agressivo, pode se manifestar por inchaço abdominal, dor pélvica persistente e mudanças no apetite;
– câncer de endométrio: pode apresentar sangramentos anormais, como após a menopausa e entre os ciclos menstruais, e dor pélvica. Algumas mulheres podem sentir, ainda, uma massa palpável na região;
– câncer de vagina: sangramentos anormais e presença de úlceras (feridas) na região;
– câncer de vulva: sensação de ardência e/ou coceira, dor ao urinar e sangramento fora do período menstrual.
A qualquer alteração, é fundamental procurar um ginecologista, de forma a se ter o diagnóstico adequado.
Você sabia que a grande maioria dos casos deste tipo de câncer está ligada à infecção pelo papilomavírus humano (HPV), considerado uma doença sexualmente transmissível?
Trata-se de uma das poucas neoplasias que pode ser evitada, por meio da vacina contra o HPV, acompanhamento ginecológico e tratamento das lesões precursoras, diagnosticadas pelo exame preventivo de Papanicolau. Lembrando que a coleta deve ser anual.
A vacinação, inclusive, deve ser feita durante a infância e adolescência, antes do início da vida sexual, para que o corpo se torne imune ao vírus.
A imunização é oferecida pelo SUS para meninas e meninos entre 9 e 14 anos de idade. Já os adultos até 45 anos podem se vacinar pela rede privada.
Como os cânceres ginecológicos não apresentam sinais nas fases iniciais, é essencial manter o acompanhamento com o ginecologista em dia, se proteger nas relações sexuais e fazer os exames de check-up.
Ao contrário do câncer de colo de útero, os de ovário e endométrio não possuem um tipo de rastreamento específico.
Conforme a suspeita na presença de sintomas, podem ser indicados exames como ultrassonografia pélvica transvaginal, ressonância de pelve e biópsia.
Conforme a suspeita, podem ser indicados outros procedimentos, como a ressonância de pelve e, por fim, biópsia.
A conscientização e a educação são passos fundamentais para empoderar as mulheres no sentido de cuidar da própria saúde e buscar ajuda médica quando necessário.
Faça sua parte neste Setembro em Flor. Compartilhe este conteúdo com outras mulheres para que também fiquem atentas!