No mês de setembro, aconteceu em Barcelona (Espanha), a edição de 2024 do congresso da European Society of Medical Oncology (ESMO), considerado um dos maiores eventos de oncologia do mundo.
Entre os estudos que foram destaque, dois deles, relacionados ao câncer de mama, chamaram a atenção por reforçarem a importância da prática regular de atividades físicas para pacientes que tiveram a doença (lembrando que muitas pesquisas já vêm comprovando este fato).
Pensando em incentivar as mulheres que passaram pelo tratamento, eu trouxe um resumo sobre cada um deles. Confira a leitura e fique por dentro.
Os exercícios físicos são um dos pilares de um estilo de vida saudável, recomendados para ajudar a prevenir doenças, incluindo o câncer de mama. Mas, para além disso, eles também têm se mostrado muito benéficos para quem já fez o tratamento da neoplasia.
O ensaio OptiTrain envolveu 16 semanas de treinamento intervalado de alta intensidade, combinando atividades de resistência (como a musculação) e aeróbicos intensos (como o HIIT) em 240 mulheres que iniciaram quimioterapia.
Eles mostraram efeitos positivos no prognóstico do câncer de mama, tanto relacionados à sobrevida global quanto à sobrevida livre do câncer de mama invasivo, em comparação com um grupo de controle que recebeu cuidados habituais. A redução no risco de morte foi de 74% e a redução nas chances de recidiva foi de 81%.
Este ensaio multicêntrico randomizado de fase 3 avaliou o benefício de exercícios físicos remotos personalizados em termos de qualidade de vida para sobreviventes de câncer de mama. Os resultados mostraram um aumento significativo da qualidade de vida das 684 participantes, com dados avaliáveis de 12 meses.
As mulheres foram randomizadas em 1:1 entre o braço experimental (treinamento remoto personalizado, monitoramento usando um relógio conectado, sessões de vídeo interativas por 4 meses + manutenção de 8 meses) e braço de controle (abordagem de suporte padrão, incluindo recomendações para a prática de atividades).
O desfecho primário foi a diferença absoluta entre o valor basal e o valor de 12 meses do resumo dos componentes de saúde física e mental, apontada no questionário de qualidade de vida.
Os desfechos secundários foram a diferença do primeiro grupo em relação à redução da fadiga, dor, depressão e sono, bem como aumento das capacidades físicas.
Ambas as pesquisas demonstram a relevância dos exercícios físicos para as mulheres que tiveram câncer de mama, tanto em relação à redução dos riscos de retorno da doença quanto em qualidade de vida.
Lembrando que apenas 150 minutos semanais (o que equivale a meia hora de segunda a sexta-feira), recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) já ajudam significativamente na obtenção destes benefícios.
Portanto, se você é uma paciente oncológica, sugiro que encontre uma modalidade da qual goste e passe a se exercitar, caso ainda não o faça.
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