Imunoterapia e terapia-alvo: saiba mais sobre esses tipos de tratamentos para o câncer

Setembro em Flor: um alerta para os tumores ginecológicos
21 de setembro de 2023
“Nós por Elas: Juntos no Combate ao Câncer”
10 de outubro de 2023

Nos últimos anos, têm ocorrido rápidos e importantes avanços no tratamento do câncer, oferecendo novas esperanças para pacientes em todo o mundo. Duas abordagens terapêuticas que têm se destacado nessa área são a imunoterapia e a terapia-alvo.

Quer saber mais sobre elas? Continue a leitura, pois neste artigo eu esclareço alguns aspectos relevantes destes dois protocolos que estão revolucionando os resultados na área da oncologia.

O que é a imunoterapia?

A imunoterapia é uma forma de tratamento que busca recuperar a capacidade do sistema imunológico de reconhecer e destruir as células neoplásicas que, por uma falha no processo de defesa do corpo, conseguiram se desenvolver e se multiplicar.

Existem diferentes abordagens por meio da terapia, mas uma das mais comuns é o uso de inibidores de checkpoint imunológico, como os anticorpos PD-1 e PD-L1.  Esses medicamentos bloqueiam as proteínas impeditivas da ativação das células T (ou seja, de defesa), permitindo o ataque às células neoplásicas com mais eficácia.

Além disso, vale citar a terapia CAR-T Cell, que consiste em um medicamento preparado com as células de defesa (linfócitos T) extraídas do paciente e modificadas em laboratório para que, ao serem devolvidas ao organismo, possam combater o câncer.

A indicação da imunoterapia é feita conforme o tipo de tumor e a fase do tratamento em que o paciente se encontra. Hoje em dia, no Brasil, existem medicamentos aprovados para alguns tipos de tumores, como os de pulmão, mama, rim, bexiga, estômago, fígado, cabeça e pescoço e melanoma.

O que é a terapia-alvo?

Já a terapia-alvo é uma forma de tratamento que se concentra em alvos específicos nas células cancerígenas. Cada tipo de câncer tem características únicas em nível molecular, e essa abordagem busca explorar essas características para atacar as células cancerígenas de forma mais precisa.

Ao contrário da quimioterapia tradicional, que pode afetar tanto as células doentes quanto as saudáveis, a terapia-alvo é projetada para ser direcionada apenas às células cancerígenas, minimizando os efeitos colaterais.

Ela pode ser realizada de diferentes maneiras, como o uso de medicamentos orais bloqueadores das vias de sinalização neoplásicas, impedindo seu crescimento e divisão.

Além disso, também é possível utilizar anticorpos monoclonais, aplicados via endovenosa, que são proteínas projetadas para se ligarem especificamente a alvos presentes nas células cancerígenas, marcando-as para destruição pelo sistema imunológico.

Existem drogas-alvo já para diversos subtipos de tumores, como os de rim, bexiga, pulmão, mama, ovário, tireoide, pele, estomago, fígado e de cólon, reto, melanoma.

Para indicação da terapia-alvo, o tumor precisa apresentar os marcadores moleculares correspondentes. Por isso, antes de prescrever o tratamento, nós, oncologistas, realizamos exames de imuno-histoquímica e moleculares para poder determinar a sua efetividade no combate ao câncer, de forma objetiva e individualizada.

Ambos os protocolos têm mostrado resultados promissores. Em alguns casos, essas terapias têm levado a remissões duradouras em pacientes que não responderam a tratamentos convencionais.

Embora ainda haja muito a ser descoberto, a imunoterapia e a terapia-alvo estão mudando o cenário oncológico, trazendo uma nova era de esperança e combate a essa doença complexa e grave.

Gostou do conteúdo? Acha que ele pode ser relevante para alguém que você conhece? Compartilhe!