Câncer de orofaringe (garganta): apesar do cigarro ser o principal fator de risco, casos ligados ao HPV têm aumentado

Seguimento, cura, recidiva e metástase do câncer – o que você precisa saber
19 de fevereiro de 2024
Câncer de mama triplo negativo: o que você precisa saber
26 de março de 2024

Todos os anos, mais de 90 mil casos de câncer de garganta são diagnosticados no mundo. Ele se desenvolve na região da garganta que fica logo atrás da boca, chamada de orofaringe.

Essa inclui a base da língua (a parte posterior da língua), o palato mole, as amígdalas e as paredes laterais e posteriores da garganta.

Um dado relevante é que, apesar de o tabagismo ser o principal fator de risco, os diagnósticos relacionados à infecção persistente pelo papilomavírus humano (HPV), especialmente entre as pessoas mais jovens, têm aumentado.

Para esclarecer alguns pontos importantes sobre a doença, desenvolvi este conteúdo. Continue a leitura e entenda melhor sobre esses tumores.

Carcinoma espinocelular: o subtipo mais comum da doença

Como a boca, a garganta participa da respiração, fala, alimentação, mastigação e deglutição, e contém vários tipos de células e tecidos. Por isso, diferentes subtipos de tumores podem se desenvolver.

Mais de 90% dos diagnósticos estão relacionados aos carcinomas de células escamosas, também chamados de carcinomas espinocelulares ou, ainda, carcinomas epidermoides.

Eles começam como um conjunto de células anormais e sua forma inicial é chamada de carcinoma in situ, ou seja, que só está presente nas células da camada de revestimento, chamada de epitélio, sem invadir as mais profundas.

Já um carcinoma espinocelular invasivo significa que as células do câncer penetraram em camadas mais profundas da orofaringe.

Por isso, é importante que cada vez mais pessoas sejam informadas sobre a doença, de forma a aumentar as detecções precoces e as taxas de cura.

Fatores de risco e a relação do câncer de garganta com o HPV

Como citei, o principal fator de risco é o tabagismo. Além do cigarro, o consumo de álcool (especialmente quanto combinado ao fumo) e a idade avançada também elevam as chances.

Além disso, nos últimos anos, o HPV tem sido responsável pelo desenvolvimento de muitos tumores de orofaringe, principalmente entre as pessoas mais jovens, que inclusive, muitas vezes, não têm histórico de tabagismo ou etilismo.

A infeção na orofaringe normalmente se dá por meio de relações sexuais desprotegidas com portadores do HPV. Durante a prática do sexo oral sem o uso do preservativo, o vírus se instala nessas regiões.

Como existem mais de 150 tipos, sendo a minoria com potencial carcinogênico (como o HPV-16 e o HPV-18), na maior parte dos casos, o próprio organismo desenvolve anticorpos para combatê-lo.

Ou seja, não são necessários tratamentos. Por outro lado, quando são subtipos agressivos e não tratados, as lesões podem evoluir para tumores malignos na região da garganta.

Quais os principais sintomas para ficar atento?

Saber identificar os sinais do câncer de garganta é fundamental para o diagnóstico precoce, que leva a tratamentos menos agressivos e aumento nas taxas de cura. Os mais comuns são:

– mudanças na voz;

– dificuldade para engolir ou sensação de que alguma coisa está presa na garganta;

– manchas avermelhadas ou esbranquiçadas nas gengivas, língua, amígdala ou revestimento interno da boca;

– irritação e/ou dor na garganta que não passa;

– dor de ouvido frequente;

– presença de nódulo (caroço) na região do pescoço;

– tosse que não passa;

– dificuldade para engolir.

Caso estes sintomas ocorram e se tornem persistentes, é fundamental procurar um cirurgião de cabeça e pescoço ou otorrinolaringologista para avaliação clínica e realização de exames.

Lembrando que a prevenção é sempre a melhor arma contra o câncer de orofaringe. Isso significa largar hábitos nocivos, como o tabagismo, o consumo excessivo de álcool e as relações sexuais desprotegidas.

Além disso, com relação ao HPV, é importante vacinar meninos e meninas entre 9 e 14 anos, pois isso protege contra a infecção no futuro. Adultos também pode se vacinar até os 45 anos pela rede privada.

Gostou do conteúdo? Confira agora o artigo que fala sobre o que é o câncer de cabeça e pescoço!