Alimentação durante o tratamento do câncer de cabeça e pescoço: dúvidas frequentes

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O tratamento do câncer de cabeça e pescoço pode impactar diretamente a alimentação do paciente.

Esse tipo de neoplasia frequentemente envolve cirurgia, radioterapia e quimioterapia que, além de combaterem o tumor, também podem trazer efeitos colaterais.

Pensando em auxiliar quem esteja neste processo foi que desenvolvi este conteúdo do blog, que traz mais informações sobre o assunto, além de dicas. Confira.

Mucosite: um dos principais efeitos colaterais da radioterapia

Um dos principais efeitos colaterais da radioterapia nesta região é a chamada mucosite. Ou seja, abrem feridas e ocorre descamação da mucosa da boca e da garganta. Isto pode causar além de dor, dificuldade para alimentar e perda de peso.

Nesse contexto, existem uma série de cuidados locais que podem ajudar, como bochechos, gelo de chá de camomila. Podemos usar também analgésicos.

O acompanhamento com um dentista especializado em pacientes oncológicos, com laserterapia durante o tratamento, geralmente é indicado.

Além disso, é importante ter uma alimentação de consistência adequada, preferencialmente orientada e acompanhada por uma nutricionista.

Manter-se bem nutrido e não perder peso nesta fase é essencial para a conclusão do tratamento e a recuperação.

Conheça algumas perguntas frequentes sobre a alimentação durante o tratamento

Existem alimentos a evitar?

Sim! O ideal é evitar os muito duros, ásperos e difíceis de mastigar. Também é recomendado evitar frutas cítricas, refrigerantes e bebidas ou alimentos muito quentes, que podem piorar as feridas na boca.

Pode beber álcool durante o tratamento?

Não. As bebidas alcoólicas estão expressamente proibidas neste período.

Suplementos podem ser indicados?

Sim. Suplementos em pó ou prontos para o consumo podem auxiliar a repor calorias. A prescrição irá depender das necessidades específicas.

Como aliviar a dor e dificuldade para mastigar?

Frequentemente são necessários analgésicos potentes, principalmente antes das refeições. Também é necessário adequar a consistência da dieta conforme a tolerância do paciente, bem como o grau de mucosite que ele apresenta.

No primeiro momento, podemos adequar a dieta para pastosa e, em casos mais graves, para dieta líquida, para não causar atrito na mucosa oral. Entre eles estão sopas, purês, carnes macias, cremes e shakes.

Em casos mais graves pode ser necessário uso de sonda para alimentação, que é um tubo fino que pode ser passado do nariz até o início do intestino ou pode ser colocando diretamente no estomago, com a saída pela pele. Assim, garantimos a nutrição do paciente durante o tratamento e no período de reabilitação até todas as feridas cicatrizarem.

O profissional mais indicado para fazer as recomendações relacionadas à dieta é o nutricionista oncológico. Este é um profissional muito importante dentro da equipe multidisciplinar do tratamento do câncer de cabeça e pescoço.

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