Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a cada ano, mais de 30 mil brasileiros são diagnosticados com câncer de pulmão. Apesar de dados como esse preocuparem, é importante ter em mente que existem diversos tratamentos disponíveis.
Nos últimos anos, inclusive, as pesquisas na área da oncologia têm avançado muito, o que trouxe novas possibilidades de protocolos e o aumento nas taxas de cura, desde que a doença seja diagnosticada precocemente.
Continue a leitura e saiba quais são as alternativas disponíveis atualmente.
A cirurgia é recomendada principalmente quando o tumor está localizado apenas em um pulmão, ou seja, sem ter gerado metástases.
Nesse caso, o tratamento pode iniciar com o procedimento cirúrgico, que pode ser uma lobectomia (retirada total do lobo pulmonar) segmentectomia e ressecção em cunha (retirada do segmento onde o tumor se localiza e margens de segurança) e pneumectomia (retirada de um pulmão inteiro).
Depois o paciente será avaliado para receber algum tratamento complementar com quimioterapia associada à imunoterapia, ou terapia-alvo, conforme cada caso mais detalhado abaixo.
Outra opção de tratamento que trouxe resultados muito promissores nos últimos anos é a utilização de tratamentos chamados neoadjuvantes, ou seja, começamos com quimioterapia associada à imunoterapia, e o paciente é submetido à cirurgia na sequência, podendo seguir depois ou não com imunoterapia.
Hoje em dia, é possível realizar as intervenções de forma minimamente invasiva, por meio da videotoracoscopia ou cirurgia robótica. Consequentemente, ocorrem menos traumas no organismo, o que pode promover uma recuperação mais tranquila.
A quimioterapia continua sendo um dos pilares do tratamento do câncer de pulmão. O objetivo, neste caso, é que as medicações destruam as células neoplásicas, estejam elas situadas apenas no órgão de origem ou nos casos em que já migraram para outras regiões do corpo.
A radioterapia, que se utiliza de radiação ionizante, tem o objetivo de destruir ou inibir o crescimento das células tumorais. Esse tratamento é feito apenas localmente e, com o avanço dos equipamentos, cada vez mais os tecidos saudáveis são poupados.
Utilizamos a radioterapia no tratamento de câncer de pulmão principalmente em casos de doença localizada (sem metástases), porém quando a cirurgia não pode ser realizada. Pode ser utilizada também no cenário paliativo para controle de dor, ou de metástases no sistema nervoso central.
Existem diferentes tipos que podem ser realizados:
– radioterapia com feixes externos: consiste na liberação de uma dose específica de radiação em um alvo específico por um determinado período de tempo;
– radioterapia estereotáxica: Esse tratamento é semelhante a radioterapia por feixes externos, porém, com técnicas mais modernas, que conseguem focar a radiação com alta dose em uma área determinada.
Essa é uma das alternativas mais modernas para o tratamento do câncer de pulmão. A imunoterapia se utiliza de moléculas específicas, sintetizadas em laboratório, para ativar o sistema imunológico do paciente, de forma que ele passe a atacar o tumor.
É um tratamento que não traz danos diretos às células saudáveis, porém pode desencadear respostas autoimunes indesejadas (quando o sistema imune passa a atacar células saudáveis).
O câncer de pulmão foi pioneiro nas terapias-alvo direcionadas, sendo que, nas últimas décadas, houve o surgimento de moléculas cada vez mais específicas, mais eficazes e com menos eventos adversos, que mudaram o cenário de tratamento deste tipo de tumor.
Alguns tipos de câncer de pulmão, principalmente em pacientes não-tabagistas, são causados por uma única mutação. As mutações mais conhecidas são nos genes: EGFR, ALK, ROS 1, HER 2, MET e BRAF.
Esse diagnóstico é feito por um mapeamento dos genes do tumor, testado no material da biópsia. A chamada terapia-alvo na verdade são moléculas desenvolvidas para atuarem especificamente nestas mutações.
Quanto mais específica para atuar somente nas vias “doentes”, menos efeitos colaterais elas trarão, por poupar as vias “saudáveis”. São tratamentos muito mais eficazes do que a quimioterapia convencional, com menos efeitos colaterais. Portanto, trazem ótimos resultados em controle da doença, mantendo a qualidade de vida para os pacientes portadores destas neoplasias.
De qualquer forma, a indicação dos diferentes tipos de tratamentos para o câncer de pulmão é feita a partir de diferentes critérios, como estágio da doença, localização, subtipo do tumor, se há ou não mutações, entre outros. Trata-se de uma decisão personalizada, visando os melhores resultados para cada paciente.
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