Câncer de mama metastático: o que você precisa saber

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O câncer é um conjunto de mais de 100 doenças caracterizadas pela multiplicação desordenada e descontrolada das células, que ganham a capacidade de invadir outros tecidos e órgãos à distância conforme avançam.

Portanto, o câncer de mama metastático é aquele que surgiu na mama e que já se disseminou para outras regiões, podendo ser diagnosticado nesse estágio ou reaparecer após meses ou anos do tratamento. Continue a leitura e confira algumas informações importantes sobre o assunto.

Por que e como ocorre a recidiva de um câncer?

O câncer pode ressurgir quando pequenas áreas de células tumorais invisíveis a olho nu e indetectáveis em exames de imagem permanecem no corpo após o tratamento.

Com o passar do tempo, elas passam a crescer o suficiente para gerar sintomas ou serem diagnosticadas por exames.

As metástases do câncer de mama podem aparecer na mesma região do tumor primário, próximo de onde ele estava localizado ou em qualquer região do corpo, sendo os locais mais comuns: ossos, fígado, pulmões.

Por mais que a localização seja diferente, os tumores continuam sendo classificados conforme a região onde apareceram da primeira vez. Por exemplo, um tumor que ressurgiu nos ossos continua sendo tratado como câncer de mama.

No caso das neoplasias já tratadas, qual a chance de elas ressurgirem?

De maneira geral, quanto mais precoce o diagnóstico e início do tratamento, menor o risco de recidiva. Há outros fatores que influenciam também, como o subtipo do tumor e características de individuais de cada paciente.

Quais são os sintomas do câncer de mama metastático?

Antes de falarmos sobre sinais, é importante ressaltar que, normalmente, as metástases não os apresentam quando no início, por isso o acompanhamento da paciente por meio de avaliação clínica e exames laboratoriais e de imagens é fundamental. Desse modo, qualquer possível foco de doença pode ser tratado o quanto antes.

Porém, quando os sintomas aparecem, variam de acordo conforma a localização da metástase. Veja, alguns deles:

– ossos: dor que não passa, ocorrência de fraturas e, no caso da compressão da medula espinhal, dores nas costas, dormência nas pernas, dificuldade para se mover e incontinência urinária;

– pulmão: dor na região do tórax, falta de ar e tosse persistente;

– fígado: inchaço abdominal, icterícia (pele amarelada), cansaço excessivo, fraqueza e perda de peso sem causa aparente;

– cérebro: dores de cabeça, convulsões, alterações na fala ou visão e problemas de memória.

Lembrando que apenas apresentar estes sintomas não quer dizer que o câncer de mama retornou. Eles podem estar ligados a diversas outras condições, mas necessariamente precisam ser investigados.

Inovações no tratamento da doença metastática

Nos últimos anos, a evolução da área da oncologia tem proporcionado maior sobrevida e qualidade de vida às pacientes. Muitas delas vêm vivendo mais e melhor, inclusive ativamente. Os tratamentos que mais vêm impactando nessas melhores perspectivas são:

– inibidores de ciclina para os tumores receptores hormonais positivos e HER2 negativo, chamados de luminais. As ciclinas são proteínas presentes no interior da célula, que agem controlando a velocidade de crescimento e de proliferação celular.  São três moléculas disponíveis no Brasil hoje: o palbociclibe, o ribociclibe e o abemaciclibe;

– anticorpos monoclonais conjugados para os tumores com qualquer expressão do HER2 (pacientes mesmo com baixa expressão, também se beneficiam do tratamento) por meio da medicação trastuzumab deruxtecan;

– anticorpo-droga sacituzumab govitecan, para os tumores triplos negativos e luminais.

Tratam-se de terapias menos agressivas do que a quimioterapia, por exemplo, trazendo mais qualidade de vida e melhores prognósticos, já que, muitas vezes, a paciente pode ficar anos em tratamento.

Espero que este conteúdo tenha sido relevante para você. Se precisar de suporte oncológico agende a sua consulta, terei muita satisfação em te atender e acompanhar!