Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), os tumores de cabeça e pescoço acometem cerca de 40 mil pessoas por ano no Brasil.
Um dado alarmante é que a maioria dos diagnósticos se dão quando a doença já se encontra em estágios avançados, reduzindo as taxas de cura ou mesmo a impossibilitando. Entre os principais motivos está a falta de informação.
Pensando nisso, neste conteúdo eu trago alguns esclarecimentos a respeito dessa neoplasia. Confira e fique por dentro.
Quando falamos em câncer de cabeça e pescoço, nos referimos a um conjunto de tumores que podem afetar a cavidade oral, os seios paranasais, a faringe, a laringe, a tireoide, as glândulas salivares e os linfonodos localizados no pescoço.
A maior parte dos fatores de risco para o câncer de cabeça e pescoço são evitáveis. Ou seja, podem ser modificados a partir da mudança de hábitos. São eles:
– tabagismo: o hábito de fumar, seja o cigarro convencional ou os eletrônicos, bem como charuto, narguilé e cachimbo, é o principal fator de risco;
– consumo excessivo de bebidas alcoólicas: o álcool é capaz de irritar as mucosas da boca, laringe e faringe, levando a alterações nas células, que podem começar a se multiplicar desordenadamente, formando tumores. Quando associado ao tabagismo, as chances são aumentadas em 25 vezes. Vale frisar que as bebidas destiladas são ainda mais prejudiciais do que a cerveja, por exemplo;
– infecções por HPV: a infecção pelo papilomavírus humano (HPV), considerada uma doença sexualmente transmissível, tem aumentado a incidência de câncer de cabeça e pescoço, especialmente entre jovens adultos. Acomete principalmente a orofaringe, que é a parte posterior da boca ou popularmente conhecida como “garganta”. Esta infecção pode ser evitada pelas vacinas contra o HPV, atualmente disponíveis gratuitamente em qualquer unidade de saúde SUS para meninos e meninas de 9 a 14 anos. Protege, além do câncer de orofaringe, contra o câncer de colo de útero. Portanto, vacine seus filhos;
– má higiene bucal: isso se dá porque a má higiene bucal contribui para o surgimento de inflamações que produzem substâncias nocivas ao organismo, como a nitrosamina, além de criar um ambiente favorável ao surgimento dos tumores. Além disso, o uso de próteses mal adaptadas também eleva os riscos em função de feridas crônicas;
– exposição a substâncias tóxicas: pessoas que trabalham em setores da indústria e são expostas ao amianto, pó de madeira e níquel podem ter risco aumentado para os tumores de cabeça e pescoço;
– exposição à radiação: pacientes oncológicos que fizeram radioterapia para o tratamento de outros tumores, por exemplo, podem ter um risco elevado.
Os sinais do câncer de cabeça e pescoço variam conforme a região acometida. Mas, no geral, vale estar atento para os seguintes sintomas:
– lesões ou úlceras na boca que não cicatrizam por mais de 15 dias;
– dor de garganta persistente;
– diminuição da mobilidade da língua;
– rouquidão ou alterações na voz progressivas;
– dificuldade para engolir, primeiramente sólidos, depois pastosos e, por fim, líquidos;
– sangramento nasal progressivo e recorrente;
– nódulos no pescoço endurecidos e que apresentam crescimento.
Vale ressaltar que os sintomas citados são comuns em diversas outras doenças, por isso não é preciso de desesperar. Porém, é essencial procurar um médico para avaliação, principalmente se forem persistentes, já que, quando se trata do câncer de cabeça e pescoço, a detecção precoce é fundamental.
Isso varia conforme as queixas do paciente. Mas, no geral, é feita uma análise clínica seguida da indicação de exames que se fizerem necessários. Porém, a confirmação só se dá com uma biópsia, exame que remove uma parte ou toda a área suspeita para analisar se há células cancerígenas.
Espero que este conteúdo tenha sido esclarecedor para você. Continue acompanhando o blog para ler outros artigos!